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La La Land

Blog By Matilde Sousa

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24.07.24

Twisters: será que faz sentido continuar a fazer remakes?


Matilde Sousa

No ponto em que estamos basta-me apenas saber que o Glen Powell está no filme para o ir ver ao cinema. Por isso, sabia apenas o básico sobre o filme, sabia que era um remake e que era sobre tornados. Este não só é o ano do Glen Powell como as continuações e os remakes têm vindo a ser cada vez mais. O Top Gun: Maverick abriu o caminho e confessando que tenho sido fã das continuações que surgiram desde então, os remakes ainda não me convencem. A regra é que não acrescentam nada.

A protagonista é uma ex-caçadora de tornados, que desiste da atividade depois de um evento traumático em que perde o seu grupo de amigos. Cinco anos depois, novas informações levam-na de volta a Oklahoma, para terminar a sua investigação sobre como desvanecer os tornados, para impedi-los de destruir cidades. É lá que acaba por se cruzar com um influencer, autointitulado domador de tempestades, que se tornará no improvável ajudante da protagonista durante esta jornada. 

O realizador do filme, Lee Isaac Chung, já conhecia os perigos destes eventos, uma vez que, quando era criança, a sua cidade foi vítima de um tornado, da qual tiveram de fugir. Mas sendo assim, sempre viu estes eventos e os filmes que os retratavam, com uma imagem que transmitia medo e que mostrava a fuga. Quando viu o filme original, Twister, o facto de se focar em pessoas que perseguiam tornados, suscitou-lhe uma grande curiosidade. 

Para fazer jus a este remake, a pesquisa do realizador foi muito intensiva e encorajou toda a crew a levar a sério esta pesquisa também. O seu mote era “levem a pesquisa a sério mas não se levem muito a sério”. No entanto, este mote foi um dos problemas que encontrei no filme. A base científica é mesmo muito rigorosa e algo difícil de compreender e é, talvez, demasiado contrastante com os momentos de comédia, o que faz com que não consigamos compreender o tom do filme. 

Algo que está obviamente bem feito no Twisters são os efeitos especiais e não poderia deixar de ser. Digo isto porque o diretor de VFX é o mesmo que trabalhou com Nolan no Interstellar. Para os momentos de tempestade, de muito vento e poeira, utilizou a mesma técnica que no Interstellar, com uma poeira que aos nossos olhos parece real mas que não é prejudicial para os atores enquanto estão a filmar. 

Como disse, filme com Glen Powell é filme que vou ver e é realmente um ator que continua em ascensão. O seu carisma e versatilidade são notórios, mas a estrela deste filme em específico, é Daisy Edgar Jones. Mesmo ao lado de Glen Powell, consegue atrair a atenção da audiência, pela credível prestação que entrega neste filme. 

Sendo uma ávida fã de música country, fico contente de a ver introduzida num filme, mas no caso achei que a banda sonora não era coesa. Em certos momentos de perseguição parece ouvir-se referências a bandas sonoras de John Williams, mas de repente temos full on música country, divertida e positiva. Mais uma vez sinto que torna o tom do filme algo confuso, corta a emoção que é suposto a história da personagem transmitir. 

É um filme divertido, é um filme de sábado à tarde e é um filme que provavelmente voltarei a ver quando passar na televisão, mas no fim das contas falta-lhe propósito. Não acrescenta a outros filmes de catástrofes. 

 

Avaliação - 3/5

By Matilde Sousa